quarta-feira, 17 de junho de 2009

Bob por Camila

Ai, nêga... que notícia mais triste... triste, triste... Pobre Bobeira... E eu que acreditava que ele era imortal...
Mas, não, nada na vida é imortal... nem o Bob...
Tem uma coisa pra nos alegrar: no céu dos cães não há dor de ouvido. E o nosso querido Lorde ganhará um kit de mãozinhas de tamanhos variados para se coçar, bastanto mover o pensamento. Há também buraquinhos de todos os tamanhos para ele se aninhar, todos ricos e confortáveis, condizentes com sua nobreza. Há também comida de galinha, de gato e de vários animais, além da comida de cachorro, para ele poder escolher, a cada momento, a que mais lhe apraz. E ele terá um troninho suspenso, muito mais bonito que aquele igluzinho da Rafa, finamente decorado, para abrigá-lo nos dias de chuva e para descansos frescos. Muitos carros de várias cores estacionados formando um semi-círculo num enorme e lindo gramado verde, à disposição para seu prazer e seus gemidos. E terá para sempre nosso carinho e nossa saudade.
Tão triste saber que não poderemos mais fazer-lhe um afago com o cabo da colher... Nem vê-lo caminhar com aquela altiva lentidão tão própria do nosso lorde escocês preferido...
O mundo ficou mais triste hoje.
Péssimo não estar aí contigo agora... Mas, se agora fica só o salgado das lágrimas quentes à distância, fica prometido para o futuro que nosso primeiro brinde de amarga e gelada cerveja será em homenagem ao Bob.

beijo triste...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Ivanorr meu amor

Ivanorr, meu amor

Deu tempo sim!!
Deu tempo de comer a torta
E se a porta não abrir
Ninguém se importa!

Deu tempo de te dar um “oi tudo bem?” e coisa e tal
Sem alarido somos vários no espelho do elevador
Mas sair assim? Com o vento?
Saiu de mim
Como vento de rumo sul
Como sul de rumo forte
De um perfume que só sinto na tua pele, Ivanor....

Tenho uns cheiros teus guardados dentro de mim
E ainda lembro o poro que se agranda na minha macro-curiosidade
Nessa cidade que há muito sei pra onde anda.
Vês?
Que ainda te sinto carinho?
Afinal um amor tão grande! Tão capaz de tanta maluquice.....
Essa tua mistura que é uma espécie de nota exótica
Que entorpece e me engana
Quando penso na imensidão de medos e desejos em que nos metemos...
Por certo a imagem de mim em ti e a imagem de ti em mim...
Quem fomos nós?
(Algum processo que desvencilhávamos da morte?)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

segurem a cabeça dela!!
a pobre mulher acaba de me dizer que não consegue mais parar de pensar!!! Disse que até já tentou outras vezes mas como nunca obteve êxito, desistiu.
Hoje ela sentiu em outras partes do corpo, por dentro, tentando sair sem conseguir, uma espécie de ardência, demência e pressão.
Por dias sem dormir e exausta de existir, saiu às ruas. Foi então que a encontrei: olhos esbugalhados, boca sêca, prúrido nos ouvidos, e com a voz rouca - aqui, quase uma atrofia. Perguntei seu nome. Como resposta me disse que isso não tinha a menor importância, que só queria que eu lhe segurasse a cabeça, que eu a acariciasse e lhe contasse uma história só pra distrair. Fiz o que me pediu: coloquei-a no colo, segurei sua cabeça entre as mãos e lhe disse que havia um cachorro do outro lado da rua que corria atrás do rabo. Disse isso porque achei que a levaria ao riso. Quando percebi seu desconforto ela já estava indo embora!
- Segurem a cabeça dela entre as mãos! Ajudem-na! Contem-lhe uma história qualquer, deem a  ela a previsão do tempo. Qualquer coisa!
Segurem a cabeça dela entre as mãos, e a encostem no peito!
Acalmem essa mulher....
isso....
Mais um pouco.....
....e um só momento mais...
Podem deixar que ela vá. Agora sim. O cão que reencontra sua matilha pode seguir sossegado...

sábado, 24 de janeiro de 2009

Mãe e Monstro

De tuas entranhas inocentes floresceu um monstro que até a gramática o teme.

A luz da criação do universo nunca preveria que do nada, um dia, tal criatura se evoluiria neste exemplo de praguice doméstica.